Virginia Satir
“O que permanece do passado individual dos pais, não-resolvido ou incompleto, frequentemente se transforma em uma parte de seu jeito irracional de lidar com os filhos”.
"Em todo o mundo, não há ninguém igual a mim "Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer."Virginia Satir
É por muitos considerada como uma das figuras mais importantes dos métodos modernos da 'terapia' sistêmica familiar.
Nasceu em 1916 nos Estados Unidos (Winsconsin). Ainda bem pequena, esteve doente e, por isso, perdeu a audição por dois anos. Segundo consta, neste período ela teria aprendido a observar atentamente o comportamento não-verbal das pessoas, a fim de com elas se comunicar.
Aclamada internacionalmente como terapeuta, palestrante, trainer e escritora, Satir foi uma das pessoas do grupo original de terapeutas excepcionais modeladas por Bandler e Grinder a fim de criar o Meta Modelo e outras técnicas básicas da PNL. Seu primeiro livro, Conjoint Family Therapy, publicado em 1964, permanece um clássico no seu campo e já foi traduzido em diversas línguas. Ela escreveu e participou em outros onze livros, entre eles Peoplemaking (1972) e Changing with Families (1976), em coautoria com os criadores da PNL Richard Bandler e John Grinder.
Satir começou suas atividades trabalhando com famílias no Dallas Child Guidance Center e por quatro anos no Illinois State Psychiatric Institute. Em 1959, Virginia foi convidada para juntar-se a Don Jackson, Jules Raskin e Gregory Bateson para começar o prestigioso Mental Research Institute em Palo Alto, na Califórnia. Juntos, eles criaram o primeiro programa nacional em Terapia Familiar.
Como terapeuta e professora, Satir era conhecida por sua simpatia especial e por seu extraordinário insight na comunicação humana e autoestima. Por volta dos anos 70, Satir viajava e ensinava as pessoas ao redor do mundo através dos seus livros, workshops e seminários de treinamento.
A primeira vez que Richard Bandler encontrou Virginia Satir foi no início da década de 70, quando ele estava trabalhando com a editora dela, Science and Behavior Books, editando as anotações de Fritz Perls para o livro Eyewitness to Therapy. A companhia editora decidiu lançar um livro similar sobre o trabalho de Satir, e contratou Bandler para gravar um workshop dela no Cold Mountain Institute, perto de Vancouver. De acordo com Bandler, ele não prestou atenção consciente para o que Satir estava ensinando, se concentrando na gravação. (Conta a lenda que Bandler controlava o nível do som da gravação num ouvido, enquanto ouvia Pink Floyd no outro.) Entretanto, no final do workshop, quando Satir estava testando e supervisionando os participantes com relação ao que eles haviam incorporado do trabalho dela, Bandler se deu conta que ele sabia muito mais do que qualquer outro participante. Ele a tinha modelado "implicitamente" ao distrair sua mente consciente com a gravação. Impressionada com as habilidades dele, Satir começou a trabalhar para que Bandler se tornasse um terapeuta.
Junto com John Grinder, Bandler modelou explicitamente os métodos terapêuticos de Satir, descrevendo-os nos livros A Estrutura da Magia, volumes I e II (1975-1976) e Changing with Families (1976). Algumas das mais importantes técnicas da PNL, como predicados verbalmente combinados do sistema representacional, ressignificação e negociação entre partes foram diretamente inspiradas nas habilidades e procedimentos terapêuticos de Satir.
Uma marca registrada do trabalho de Satir, por exemplo, era treinar as pessoas para contatar e interagir com as partes internas delas mesmas, especialmente as partes modeladas dos membros familiares. Ela desenvolveu a técnica de realizar uma "festa das partes" na qual uma pessoa poderia designar outras pessoas para 'tomar o lugar' das várias partes dele ou dela mesma. Cada jogador representaria as características da 'parte' particular que ele ou ela estava apresentando. As chamadas "posturas de Satir" (Acusador, Apaziguador, Congruente e Evasivo) foram utilizadas como modelo para treinar as pessoas a representar e melhor entender os aspectos importantes das suas partes e dos membros familiares. O grupo de 'partes' iria realizar as reuniões e ficar comprometido com os diálogos sobre tópicos ou decisões particulares, treinados por Satir. Essas reuniões das partes também implicariam na escolha de um tipo de "presidente" cujo papel era facilitar a reunião ao estar em "meta posição" em relação a eles.
Em 1977, Virginia Satir reuniu um grupo de associados para formar uma organização para lhe auxiliar a expandir e a propagar os princípios básicos do seu trabalho. Ela chamou a organização de AVANTA, que significa "mover para frente" em latim. Atualmente Avanta tem 250 membros em cerca de 18 países, bem como 13 grupos afiliados. Oriundos de diversos campos profissionais e estilos de vida, eles suportam a missão da Avanta com o seu tempo, energia e recursos.
Livro(s) de Virginia Satir:
Terapia do Grupo Familiar
Contatos com Tato
Meditação e Inspiração
Aceitação
A maioria de nós presta atenção no conteúdo do discurso, enquanto que o que é dito não-verbalmente permanece inconsciente. Com este “treinamento” ainda na infância, Satir teria criado a habilidade de ouvir não só o conteúdo. Ela diz: “Cada palavra, cada expressão facial, cada gesto ou ação dos pais dá para a criança uma mensagem sobre o seu próprio valor. É triste que tantos pais não percebam a mensagem que estão enviando”.
Sua formação, entretanto, não foi em psicologia. Formou-se para o ensino e, posteriormente, fez mestrado em trabalho social.
Outro aspecto que a própria autora conta sobre a sua história foi o fato de que seu pai era alcoólatra, o que a fez observar a dinâmica da relação entre o comportamento de um indivíduo e sua família.
E foi justamente na área do atendimento a família que Virgina Satir se destacou. Ela é aclamada, mundialmente, como uma das mais importantes terapeutas da linha da terapia familiar sistêmica que, inclusive, ajudou a consolidar, divulgar e acrescentar.
Os 5 papéis familiares
Satir desenvolveu a teoria dos 5 papéis familiares. Estes papéis (assim como no teatro o ator encena papéis) aparecem de modo mais evidente quando os membros de uma família não conseguem expressar seus sentimentos, pensamentos, afetos e ideias de uma maneira clara e direta. Os papéis também são chamados, em outros contextos além da família, de “posturas” de Satir:
1) Acusador
2) Apaziguador
3) Computador
4) Distraidor
5) Nivelador
Se pensarmos em situação de conflito familiar, veremos que não é difícil identificar cada um destes papéis. Os nomes são elucidativos do comportamento.
Assim, o acusador ou acusadora é aquele membro da família que fica apontando os erros, as falhas, os enganos, os problemas. O apaziguador é praticamente o oposto do acusador, é o indivíduo que tentar colocar “panos quentes” nas brigas e desentendimentos, sem, entretanto, tentar ou procurar resolver a situação em definitivo.
Modelo Satir:
Criado por Virginia Satir, no início da década de 60.
É validado e reconhecido como a base para muitos dos grandes pensadores e criadores de algumas das principais correntes no desenvolvimento humano da nossa atualidade, como por exemplo: Terapia Familiar, Programação Neuro Linguística e Constelação Familiar.
Pressupõe uma visão sistêmica do relacionamento humano, onde os padrões herdados e aprendidos na família se constituem a base de todos as interações.
Busca uma comunicação e integração criativa entre as diversas partes existentes no ser humano. Parte da visão de que o ser humano está em construção e o trabalho de crescimento é a busca desta humanidade, através da congruência interacional sistêmica.
É por isso que é chamado do Modelo de Validação Humana. O objetivo maior de sua criadora foi “promover a paz interior e a paz entre as pessoas”, através da melhoria dos relacionamentos com as diversas partes de si mesma e com os outros.
Podemos pontuar que os cursos no Modelo Satir são experienciais e de profunda auto reflexão, o que na tradição original de Virginia Satir focava no auto desenvolvimento e no processo de crescimento pessoal do self do terapeuta/coach.
É um caminho que permite que o terapeuta e coach cresçam como pessoas e se tornem mais congruentes em tantas áreas quanto lhes for possível. O Modelo Satir é uma escola de vida que permite a cada participante crescer como pessoa e liberar energias vinculadas e bloqueadas por velhos aprendizados, velhas crenças limitantes e antigas percepções e crescer mais e mais em seu self autêntico através de novas formas de comunicação e interação.
As crenças que validam o modelo Satir:
A – As pessoas são milagres e dignas de amor.
B – Cada pessoa é uma manifestação da força da vida e lhe foi dado o dom do espirito interno.
C – Mudar é possível.
D – Nós temos escolhas, especialmente em termos de responder aos eventos ao invés de reagir a eles.
E – Podemos nos conectar nas bases de nossas semelhanças e crescer nas bases de nossas diferenças.
F – Quando recebemos novas informações temos novas possibilidades.
G – O problema não é sair do problema. É a maneira como lidamos com o problema.
H – Por trás de cada comportamento há uma intenção positiva.
Poema de Virginia Satir
Eu sou eu
Há pessoas,
Que têm alguns talentos iguais aos meus,
Mas a natureza de ninguém se compara a minha.
Por essa razão, tudo
Que sai de mim é meu de verdade
Porque eu sozinha fiz a escolha.
Sou dona de tudo o que diz respeito a mim.
Meu corpo, inclusive
Tudo o que ele faz;
Minha mente e inclusive todos os seus pensamentos e idéias;
Meus olhos, inclusive as imagens de tudo o que contemplam;
Meus sentimentos, seja quais forem
Raiva, alegria, frustração, amor, desengano, excitação;
Minha boca e todas as palavras que dela provêm;
Gentis, doces ou ásperas,
Próprias ou impróprias;
Minha voz, ruidosa ou suave;
E todas as minhas atitudes,
Com os outros ou comigo mesma.
Sou dona de minhas fantasias, meus sonhos, minhas esperanças,
Meus temores.
Sou dona de todos os meus triunfos e sucessos, de todos
Os meus fracassos e erros.
Porque sou dona de mim, sei o que se passa em meu íntimo.
Então, gosto de mim e sou afetuosa comigo em tudo que me diz respeito.
Desse modo, possibilito a mim trabalhar como um todo para o meu bem.
Sei que há em mim alguns aspectos que não conheço.
Mas enquanto eu for terna e
Afetuosa comigo mesma,
Poderei com coragem e esperança,
Procurar soluções para os enigmas e meios de descobrir mais sobre mim.
Seja como for que eu pareça e me comporte,
O que quer que diga e faça, pense e sinta em dado momento, tudo isso sou eu.
É autêntico e representa onde estou neste exato momento.
Quando mais tarde recordo como pareci e me comportei, o que disse e fiz e pensei e senti,
Talvez algumas partes revelem-se inadequadas...
Jogo fora o que não me serve, guardo o que foi aprovado e invento algo novo para substituir o que descartei.
Vejo, ouço, sinto, penso, falo e faço.
Tenho as ferramentas para sobreviver, para ficar perto dos outros, para ser criativa e compreender o mundo das pessoas e as coisas fora de mim.
Sou dona de mim!!!