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Milton Erickson

“Cada pessoa é um indivíduo único. Assim, a psicoterapia deve ser formulado para atender a singularidade das necessidades do indivíduo, ao invés de adaptar a pessoa para se ajustarem ao leito de Procusto de uma teoria hipotética do comportamento humano. “- Milton H. Erickson

Milton Hyland Erickson foi um psiquiatra americano que se especializou em hipnose médica e terapia familiar. Presidente fundador da Sociedade Americana de Hipnose Clínica, ele é conhecido por sua abordagem para a mente inconsciente como solução criativa e geradora, tendo influência no campo da psiquiatria, psicologia, PNL e hipnoterapia.

Erickson nasceu em 1901 em Aurum, Nevada. Ainda na infância, mudou-se com os pais para Wisconsin, onde os médicos constataram que o pequeno Milton não distinguia as cores, com exceção do púrpura. Apesar de ouvir perfeitamente, não conseguia diferenciar o tom dos sons – um agudo de um grave numa conversa ou música, por exemplo.

Em uma idade jovem, Erickson tanto disléxico e daltônico, começou a seguir os passos de seus pais de se tornar um agricultor. No entanto, com a idade de 17 ele ficou muito doente quando contraiu poliomielite.

“Eu tive poliomielite e estava totalmente paralisado. A inflamação foi tão grande que tive uma paralisia sensorial também. Fiquei muito solitário deitado na cama, incapaz de mover qualquer coisa, exceto meus olhos.

Eu estava em quarentena em fazenda com minha família e uma enfermeira prática. E como poderia me entreter?

Comecei a observar as pessoas e meu ambiente. Logo aprendi que minhas irmãs poderiam dizer “não” quando queriam dizer “sim”. E elas poderiam dizer “sim” e dizer “não” ao mesmo tempo. Poderiam oferecer a outra irmã uma maçã e segurá-la de volta.

Comecei a estudar a linguagem não verbal e corporal. Eu tinha uma irmãzinha que havia começado a aprender a rastejar e eu, também, teria que aprender a me levantar e andar. E você pode imaginar a intensidade com que eu assisti como minha irmã bebê crescer e aprender a andar?” – Milton H. Erickson.

Ele não foi batido e decidiu voltar a lutar. Um dia, estava sentado perto da janela, olhando ansiosamente para fora. Como estava ali sentado, imaginando estar fora, percebeu que a cadeira começou a balançar um pouco.

Empolgado, ele tentou fazer isso acontecer de novo, desejando se mover, mas não podia, não importa o quão duro tentasse. Eventualmente, ele desistiu e afundou-se em seus devaneios, imaginando-se novamente jogando fora. Mais uma vez, a cadeira começou a balançar.

Ele percebeu que era sua imaginação vívida que estava produzindo uma resposta em seu corpo. Inspirado por essa descoberta, ele aprendeu sozinho a andar, observando sua irmãzinha. Ele começou a chamar isto de “memórias do corpo”.

Ao concentrar-se nestas memórias e usando visualização, Erickson começou a recuperar o controle de partes de seu corpo. Eventualmente, embora ainda incapaz de andar, ele decidiu treinar seu corpo ainda mais ao embarcar em uma longa viagem. Depois dela, ele já era capaz de andar com uma bengala.

Apesar disso, Erickson percebeu que ele ainda não tinha forças para se tornar um fazendeiro. Então, aos 21 anos, começou a treinar como um médico em seu lugar. Ainda na faculdade de medicina, Erickson ainda estava muito interessado na mente humana. Na verdade, ele era tão curioso sobre isso que ganhou um curso de psicologia, ao mesmo tempo.

Nos anos 20, ainda em Wisconsin, Erickson foi estudar medicina. Ao chegar a hora de decidir qual especialização seguir, escolheu a psiquiatria. O momento decisivo para sua futura carreira, no entanto, foi o encontro com o professor Clark L. Hull, especialista em hipnose.

A hipnose foi essencial em sua prática clínica, mas o que mais chamava atenção em Erickson era sua acuidade sensitiva. Conseguia perceber mudanças sutilíssimas na inflexão de voz, na temperatura corporal, nas expressões faciais e até mesmo no tônus muscular dos pacientes. Tal sensibilidade ajudou-o sobretudo no tratamento de pacientes que sofriam de esquizofrenia.

Nos anos que se seguiram, Erickson usou sua educação e formação para se tornar um dos psicoterapeutas mais influentes e hipnoterapeuta clínico do mundo.

Ele tinha uma abordagem muito prática para suas sessões de terapia, muitas vezes contando histórias, usando metáforas e um vasto conjunto de métodos pouco ortodoxos terapêuticos, quando necessário.

Mais tarde, Erickson desenvolveu síndrome pós-pólio devido ao uso excessivo de músculos parcialmente paralisados. Esta condição, novamente, o deixou gravemente paralisado.

Por conta de sua experiência anterior, ele sabia como se reabilitar. No entanto, por ser muito mais velho desta vez, ele ficou confinado a uma cadeira de rodas e sofria de dor crônica. Porém, aprendeu a controlar sua dor com auto-hipnose e tornou-se um especialista no tratamento de outras pessoas que também sofriam de dor crônica.

Erickson acabou por morrer aos 79 anos. Ao considerar todos os problemas de saúde que passou em sua vida, esta foi uma proeza para si mesmo.

Ele tem sido uma fonte de inspiração para muitos terapeutas e pacientes em muitas disciplinas, sendo uma verdadeira inspiração e um exemplo real de que quase tudo é possível com trabalho duro, determinação e uma imaginação vívida.

A Hipnose é um estado de consciência

A Hipnose é um estado de consciência, não de inconsciência ou sono.
Um estado de consciência ou de percepção (awareness) no qual há uma marcante receptividade a idéias e uma disponibilidade ampliada a responder tanto de forma positiva quanto negativa a essas ideias (por volta de 1950). (Milton Erickson, 1980, vol. IV, cap. 21, p. 224.) O estado hipnótico é essencialmente um fenômeno psicológico, que não tem relação com o sono fisiológico, e depende completamente da total cooperação entre o hipnotizador e o sujeito. (Milton Erickson, 1941, p. 14). A Hipnose Ericksoniana é sem dúvida a comunicação mais efetiva com a mente inconsciente, Milton Erickson deixou como legado a reinvenção da hipnose ensinando estratégias efetivas de transformação da percepção humana através da forma de levar informações à mente inconsciente proporcionando aprendizados profundos, transformando crenças limitantes, librando o potencial dos recursos internos A Hipnose Ericksoniana passo a passo consiste em seguir os passos da filosofia de Milton Erickson, que apresentou em sua técnica uma abordagem não linear e sem protocolos, sua premissa principal é que a cura é um processo resultante da interação humana, vindo de dentro do individuo sem metas e definições prévias, para Erickson todo possuem os recursos necessários para a transformações de seus problemas.

Hipnose Ericksoniana Passo a Passo

O passo a passo da Hipnose Ericksoniana são os princípios de Milton Erickson, que seguem abaixo:

1) Toda pessoa é única e cria a sua própria metáfora. O hipnotizador se alia a essa metáfora, se movimenta com ela e a guia.

2) O paciente tem dentro de seu próprio sistema a capacidade de resolver o problema; o paciente faz e é capaz de fazer todo o trabalho. Considerar qual é a causa externa é irrelevante.O problema está dentro e não fora. Assumir essa responsabilidade é o primeiro passo no processo de cura (healing process).

3) Tudo o que é necessário é criar uma “mudança estratégica”, é a menor mudança possível, e permitir que ela se generalize… Um grau de mudança dentro do cliente é tudo que é necessário. Um grau de mudança cria mudança em todos os sistemas relacionados ao cliente. Um grau de mudança é sempre possível. Lembre-se, você pode trabalhar no sistema sem responder ao problema específico.

4) O tempo não tem significado. A cada momento há um novo relacionamento sendo criado. (A linguagem natural e os processos mentais estão perpetuamente em um estado de fluxo criativo.)

5) Todo o problema tem uma solução e é possível trabalhar com qualquer coisa. Se algo não está funcionando, tente alguma outra coisa até funcionar. “Toda a fechadura tem sua chave” (atribuído a Erickson).

6) Não existe algo como “resistência”. A mente inconsciente do cliente reúne as peças do quebra-cabeça, e então ele vem e relata a você. O cliente nunca é resistente à sua própria resolução do problema. Erickson com freqüência prescrevia ou exagerava o sintoma para “se mover com” o processo do cliente. Lembre-se – acompanhar, acompanhar, acompanhar. Sempre fique em sintonia com os ritmos do cliente. Isto é acompanhar, acompanhar, acompanhar. * acompanhar (pacing) está definido nas estratégias.

7) Há poder no intercâmbio da vulnerabilidade Hipnose Ericksoniana e a comprovação científica: Hoje a neurociência comprova a eficácia da Hipnose Ericksoniana: O consciente não se sente confortável com mudanças, mesmo que sejam de nosso interesse. Sua resposta à mudança de comportamento é rígida e unidimensional. Neurologicamente quase todas as mudanças de comportamento e reformulação de hábitos e padrões de vida começam e são controladas por nosso inconsciente. Para mudar o comportamento de forma efetiva é necessário mandar informação diretamente ao inconsciente. Para alterar de forma eficaz antigos padrões de comportamento, a informação deve ser: diretamente indireta, não manipulatória e ter a intenção apenas de informar, acrescentando novas informações às antigas. [Erickson dizia que não é possível instruir o inconsciente de forma consciente e que sugestões autoritárias enfrentariam resistência. O inconsciente responde a aberturas, oportunidades, metáforas, símbolos e contradições. Estudos neurobiológicos recentes indicam que nosso intelecto controla menos de 5% de nosso comportamento, ou seja, 95% de toda mudança comportamental é realizada no nosso inconsciente. Os cientistas mostram que a maioria de nossas decisões, ações, emoções e comportamentos dependem de 95% da atividade do cérebro que está além de nossa consciência, o que significa que 95 – 99% da nossa vida vem da programação em nossa mente inconsciente. E é por isto que a hipnose ericksoniana é a ferramenta mais eficaz para as mudanças comportamentais, pois falamos diretamente à mente inconsciente.

 

Princípios Ericksonianos

PRINCÍPIOS ERICKSONIANOS / PRINCÍPIOS DA HIPNOSE ERICKSONIANA

Milton Erickson enfatizava a importância de estabelecer o contexto ou container com os clientes a partir do primeiro momento do contato. É dentro desse contexto que todo o trabalho acontece.

Contextualização
• Estabelecer um contexto de confiança, segurança, aprendizagem mútua, mútua vulnerabilidade, e expectativa de sucesso.
• Colocar em foco em todas as sessões, de forma implícita ou explícita, o fortalecimento da autonomia do cliente.
• Estabelecer um relacionamento, um rapport, conectar-se ao inconsciente do cliente através da estratégia de “acompanhar” (pacing) *Veja “acompanhar” (pacing) de acordo com a definição em estratégias,
• Propiciar um bom container ou ambiente…
Uma atmosfera de aceitação de todas as várias partes psicológicas do cliente.
• Todos nós somos, a humanidade é, perfeitamente imperfeitos.
• Aliar-se ao modelo de mundo do seu cliente, usar os pontos de referência dele, a linguagem dele.
• Estabelecer recursos. Descobrir quais são os seus padrões de felicidade. O que o cliente gosta, não gosta, o que o deixa feliz, o que faz com que o rosto dele se ilumine, o que faz com que seus olhos brilhem. Descobrir os seus pontos fortes.
• O problema apresentado é o problema.

PRINCÍPIOS DE TRABALHO DA HIPNOTERAPIA ERICKSONIANA (HIPNOSE ERICKSONIANA)

A abordagem filosófica de Erickson ao paciente, e à vida de forma geral, é subjacente aos princípios de trabalho da Hipnoterapia Ericksoniana. Essa abordagem é fundamental no pensamento de Erickson. De forma diferenciada, ele não utilizava um modelo médico, em que o paciente tem um problema ou uma doença e o clínico tenta curá-la (cure). Na medida em que você integrar os princípios Ericksonianos em sua maneira de trabalhar, o valor do uso destas técnicas se tornará cada vez mais e mais evidente.

O contexto que Erickson criava em seus treinamentos era uma experiência profunda. Ele se comprometia com a qualidade de ser único de cada indivíduo; ele tomava cuidado no sentido de ver com uma percepção fresca cada paciente que entrava em seu consultório. Ele se recusava absolutamente a ficar entediado e seu espírito brincalhão e vulnerabilidade ao riso sempre se mostravam por trás de seus olhos, assim como a sua compaixão, a qual era absolutamente consistente.

Princípios Ericksonianos – Princípios da Hipnose Ericksoniana

1. Toda pessoa é única e cria a sua própria metáfora. O hipnotizador se alia a essa metáfora, se movimenta com ela e a guia.

2. O paciente tem dentro de seu próprio sistema a capacidade de resolver o problema; o paciente faz e é capaz de fazer todo o trabalho. Considerar qual é a causa externa é irrelevante. O problema está dentro e não fora. Assumir essa responsabilidade é o primeiro passo no processo de cura (healing process)

3. Tudo o que é necessário é criar uma “mudança estratégica”, é a menor mudança possível, e permitir que ela se generalize… Um grau de mudança dentro do cliente é tudo que é necessário. Um grau de mudança cria mudança em todos os sistemas relacionados ao cliente. Um grau de mudança é sempre possível. Lembre-se, você pode trabalhar no sistema sem responder ao problema específico.

4. O tempo não tem significado. A cada momento há um novo relacionamento sendo criado. (A linguagem natural e os processos mentais estão perpetuamente em um estado de fluxo criativo.)

5. Todo o problema tem uma solução e é possível trabalhar com qualquer coisa. Se algo não está funcionando, tente alguma outra coisa até funcionar. “Toda a fechadura tem sua chave” (atribuído a Erickson).

6. Não existe algo como “resistência”. A mente inconsciente do cliente reúne as peças do quebra-cabeça, e então ele vem e relata a você. O cliente nunca é resistente à sua própria resolução do problema. Erickson com freqüência prescrevia ou exagerava o sintoma para “se mover com” o processo do cliente. Lembre-se – acompanhar, acompanhar, acompanhar. Sempre fique em sintonia com os ritmos do cliente. Isto é acompanhar, acompanhar, acompanhar. * acompanhar (pacing) está definido nas estratégias.

7. Há poder no intercâmbio da vulnerabilidade.

 

Os Fenômenos do Transe Hipnotico

Os fenômenos de transe surgem com o início da humanidade. Eles emergem, de novo, e de novo durante toda a história escrita. Desempenham um papel importante em todas as culturas. O fenômeno do transe aparece em todos os cantos da terra. Desde os sacerdotes do antigo Egito, Oráculo de Delfos, Deus colocando Adão em sono profundo enquanto removia sua costela, estados de transe têm sido relatados em vários textos através dos tempos. A hipnose, embora seja chamada de muitos outros nomes, tem estado presente em ritos e rituais praticados pelos seres humanos desde que começamos a evoluir. Tem sido usada na cura (healing) emocional, para desenvolver recursos, diminuir a dor e produzir estados alterados de consciência, durante milênios.

A história moderna da hipnose começa com Anton Mesmer, um médico francês, em 1700.

1734-1817
FRANZ ANTON MESMER

Franz Anton Mesmer, nascido na Áustria e descendente de franceses, é considerado o pai da hipnose. Inicialmente, ele usou o termo mesmerismo, o qual descrevia o processo de induzir transe através de uma série de movimentos de mão elaborados, e do uso de imãs sobre e ao redor dos seus sujeitos. Apesar do seu sucesso no tratamento de muitos pacientes, seu trabalho não foi reconhecido por seus colegas profissionais. De fato, um comitê oficial organizado pelo governo francês resumiu a investigação que fez sobre o trabalho dele… a imaginação é tudo, o magnetismo não é nada. O comitê não estava interessado em explorar o mistério dentro do processo e definiu o mesmerismo como imaginação, ou seja, que seus efeitos se deviam exclusivamente à imaginação. Portanto, a imaginação é tudo, foi uma resposta útil que permitiu que o comitê evitasse quaisquer investigações ulteriores. Eles não perceberam que essa era a chave para entender o transe hipnótico. No nosso tempo esse seria o trabalho de Milton H. Erickson.

1795-1860
JAMES BRAID, M.D.

foi o responsável pela invenção da palavra “hipnose”. Hipnose vem de hypnos, a palavra grega para sono. Ele libertou a hipnose de seus elementos místicos. Reacendeu o uso da hipnose como uma ferramenta efetiva.

1808-1858
JAMES ESDAILE

foi o pioneiro no uso extensivo da hipnose em cirurgias, enquanto morava na Índia. Seus relatos mostram uma série de 261 operações com o índice de mortalidade notavelmente baixo de 5,5%.

1849-1939
PIERRE JANET

Pierre Janet foi um neurologista e psicólogo francês que, com o tempo, descobriu o transe hipnótico e sua utilidade na promoção da cura (healing) fisiológica e psicológica. Janet foi uma das poucas pessoas que apoiou a hipnose durante a evolução da psicanálise.

1857-1926
ÉMILE COUÉ,

psicólogo que desenvolveu as Leis da Sugestão. Ele encorajava seus pacientes a dizer de vinte a trinta vezes por dia: “Todos os dias, de todas as maneiras, eu estou ficando cada vez melhor e melhor.”

LEIS DA SUGGESTÃO (Emile Coué)

1. Lei da Concentração da Atenção
Sempre que a atenção fica concentrada em uma idéia repetidas vezes, ela tende a se realizar espontaneamente.

2. Lei da Ação Reversa
Quanto mais alguém se esforça para fazer algo, menos chance tem de sucesso.

3. Lei do Efeito Dominante
Uma emoção mais forte tende a substituir uma mais fraca.

1856-1939
SIGMUND FREUD,

estudou com Liebault, Bernheim e Charcot, era paternalista demais para ser um bom hipnoterapeuta. Ele não respeitava realmente a autonomia de seus clientes, ou sua habilidade de se curarem (heal). Freud nunca alcançou a maestria nas habilidades que o possibilitassem a colocar seus clientes em nada além de um transe muito incompleto. Ele sentia que as curas (cures) eram temporárias e desnudavam os pacientes de suas defesas. Entretanto, com freqüência seus pacientes entravam em transe, na medida em que ele sem saber realizava “transe conversacional” enquanto conduzia a psicanálise. A rejeição de Freud à hipnose como uma técnica resultou no fato da hipnose passar a ser desconsiderada, e praticamente ignorada por completo, pelos seus seguidores e pelo campo emergente da psicologia. O desenvolvimento posterior da hipnose teve lugar entre psicólogos da França. Liebeault e Bernheim sustentaram idéias sobre o hipnotismo que eram paralelas às de Braid na Inglaterra.

Braid:

“As várias teorias consideradas atualmente que tratam do fenômeno do mesmerismo podem ser organizadas desta maneira: Primeiro, aqueles que acreditam que elas pertencem inteiramente a um sistema de conluio e ilusão; e a grande maioria da sociedade pode ser colocada nessa categoria. Segundo, aqueles que acreditam ser um fenômeno real, mas produzido unicamente pela imaginação, simpatia, e imitação. Terceiro, o magnetismo animal, ou aqueles que acreditam em algum meio magnético sendo colocado em ação como a causa estimuladora do fenômeno de mesmerismo. Quarto, aqueles que adotaram meus pontos de vista, de que o fenômeno é totalmente passível de ser atribuído a um estado fisiológico peculiar do cérebro e da medula espinhal.” [ James Braid-wikipedia]

1824 – 1904

Escola de Hipnose de Nancy, França
Liebeault e Bernheim foram líderes reconhecidos da Escola de Hipnotismo de Nancy, a qual colocou o estudo do hipnotismo em uma base sólida, a do conceito de sugestão e cooperação da mente inconsciente. Charcot, um médico de Paris, fundou uma escola antagonista que acreditava em magnetismo animal e que a hipnose era uma neurose, um estado nervoso patológico. Bernheim e Liebeualt eventualmente replicaram os experimentos de Charcot sem os abracadabras magnéticos e acabaram com a controvérsia. Entretanto, o interesse pelo hipnotismo declinou e houve pouco interesse no assunto até a I Guerra Mundial.

1914 – 1942
I GUERRA MUNDIAL

A partir da primeira, passando pela segunda Guerra Mundial, o interesse pela hipnose renasceu. A hipnose foi mantida viva por Milton H. Erickson, Leslie Le Cron, William Kroger, Milton Kline, Jacob Conn, Bernard Raginsky, Andre Witzenhoffer, Aaron Moss, e outros.

Atribui-se a Milton H. Erickson a renovação e o aumento de interesse e conhecimento em relação aos estados hipnóticos. Foi ele quem primeiro identificou as diferenças entre indução do transe e utilização do transe, assim como entre as potencialidades da mente inconsciente e da consciente, e como ampliar ao máximo o impacto de um transe hipnótico de cura (healing).

1902 – 1980
MILTON H. ERICKSON

Milton H. Erickson, M.D., é considerado o líder mundial dos praticantes de hipnose. Seu trabalho e obra escrita são a última palavra em hipnose hoje em dia.

Ele era psicólogo, psiquiatra e hipnoterapeuta. Era membro tanto da Associação Americana de Psiquiatria como da Associação Americana de Psicologia. Ele fundou a Sociedade Americana de Hipnose Clínica.

Erickson nasceu em Aurum, Nevada, uma cidade que não existe mais. Ele foi uma das poucas pessoas que seguiram para o oeste em uma carroça coberta, indo morar com sua família em Wisconsin.

O interesse dele por hipnose se iniciou quando ele foi a uma demonstração de Clark Hull (1884 -1952), um hipnotizador e psicólogo que ocupava uma posição de liderança na época.
“Com freqüência se atribui a Hull o início do estudo moderno da hipnose. O trabalho dele, Hipnose e Sugestibilidade (1933), foi um estudo rigoroso do fenômeno, usando estatísticas e análise experimental. Os estudos de Hull demonstraram enfaticamente, de uma vez por todas, que a hipnose não tinha conexão com o sono (“a hipnose não é sono,… não tem nenhuma relação em especial com o sono, e todo o conceito do sono, quando aplicado à hipnose, obscurece a situação”). O resultado principal da pesquisa de Hull foi refrear as alegações extravagantes dos hipnotizadores, especialmente aquelas referentes a melhorias extraordinárias na cognição ou dos sentidos sob hipnose. Os experimentos de Hull realmente mostraram a realidade de alguns fenômenos clássicos tais como a anestesia hipnótica e a amnésia pós-hipnótica. A hipnose também podia induzir aumentos moderados em certas capacidades físicas e alterar o limiar de estimulação sensorial; efeitos de atenuação podiam ser especialmente dramáticos. Hull é famoso por assinar a indução hipnótica em que ele olhava para alguém diretamente nos olhos até que a pessoa fosse induzida”. [Clark Hull wikipedia]

Após se graduar na universidade, Erickson foi nomeado para vários hospitais psiquiátricos. Foi responsável pelo treinamento de muitos psiquiatras, assim como estudantes de medicina. Ele colocava uma grande ênfase na observação cuidadosa, a qual ele acreditava que aumentava as habilidades de qualquer hipnoterapeuta. Ele gostava de descrever a terapia como uma maneira de ajudar os pacientes a ampliarem seus limites, e ele passou sua própria vida fazendo simplesmente isso.

Ele acreditava que a psicoterapia consistia em substituir más idéias por boas idéias.

Leitura recomendada: Advanced Techniques of Hypnosis and Therapy: Selected Papers of Milton H. Erickson, M.D. de Jay Haley, Capítulo 2 – Grune and Statton Publishers, New York.

Erickson

Em outras palavras, a técnica hipnótica serve apenas para induzir um contexto favorável no qual ensinar aos pacientes um uso mais vantajoso de seus próprios potenciais de comportamento. (Erickson 1980,Vol. IV, cap. 28, p 262) veja na bibliografia a informação completa.

 

O que é Transe Conversacional ou Naturalístico?

O transe conversacional consiste em embutir em uma conversa normal muitas das estratégias desenvolvidas por Erickson, para promover e induzir o transe, para ajudar o cliente a se conectar com um nível muito profundo da sua mente inconsciente, e para desenvolver soluções novas e criativas para resolver os problemas que surgem na vida do cliente. Erickson preferia usar o transe conversacional na maioria de suas sessões. Betty Alice Erickson relata o uso de transes formais em menos de cinqüenta por cento do tempo nas sessões, e de transe conversacional cento e dez por cento do tempo com os clientes. O transe conversacional requer que o facilitador use um contexto Ericksoniano e as várias estratégias juntamente com o acompanhar e conduzir (pacing e leading) enquanto conduz o que parece ser uma conversa normal com o cliente ou grupo. Qualquer bom palestrante, orador ou ator faz isto quase que automaticamente.

Premissas da Hipnose Ericksoniana: Como utilizar no processo terapêutico

Breve… Efetiva… Duradoura

Betty Alice Erickson, filha de Milton Erickson, (treinada no colo de seu pai) juntamente com Stephen Paul Adler, em 1990, introduziu oficialmente a Hipnose Ericksoniana na Guatemala em um workshop introdutório. Abaixo, você encontra a perspectiva dela na interpretação do contexto e das estratégias Ericksonianas.

1. São os sentimentos que realmente importam. Os sentimentos frequentemente são mais poderosos do que o intelecto.
2. As crenças são construídas sobre os sentimentos.
3. Respostas e comportamentos são, com frequência, construídos sobre os sentimentos.
4. Nós defendemos nossos sentimentos de forma apaixonada.
5. Os sentimentos não são necessariamente congruentes com a realidade. Geralmente isso não faz diferença. Quando os sentimentos afetam os comportamentos e respostas de forma negativa, problemas se desenvolvem.
6. Tudo que nós somos, exceto nosso corpo físico, é aprendido a partir das experiências. O fogo é quente, sorvete é gostoso – o mundo é amigável ou inamistoso. Crenças, comportamentos e respostas são construídos sobre as experiências internas aprendidas.
7. A maioria das pessoas quer viver uma vida boa e produtiva. O propósito da terapia, da formação dada pelos pais ou do ensino, é ajudar as pessoas a alcançarem metas produtivas e saudáveis.
8. O propósito mais elevado dos relacionamentos é que cada pessoa se torne mais sábia e melhor.
9. Cada pessoa tem dentro de si os recursos necessários para alcançar produtivamente metas saudáveis.
10. A melhor terapia ou ensino é expandir a habilidade da outra pessoa em recuperar aqueles recursos e qualidades.
11. O medo, real ou imaginário, é uma das maiores limitações que as pessoas têm.
12. O amor e o humor são instrumentos poderosos para mudanças produtivas – mudanças nas experiências interiores aprendidas que mudam as perspectivas, os comportamentos e as respostas.

AUTO-HIPNOSE: Uma forma de acalmar a si mesmo

Toda hipnose é auto-hipnose. Você sabia que seu cérebro entra em um estado de transe por 10 minutos a cada 60 minutos. Estar em transe é simplesmente estar em um estado de atenção altamente focado e singularmente focado. O estado de transe permite um aprendizado profundo. No transe, a mente presta menos atenção aos estímulos irrelevantes e mais atenção às questões que são relevantes à mudança positiva. Neste estado, você pode receber informações em um nível mais profundo e acessar informações em um nível mais profundo. A auto-hipnose é afirmada na crença de que cada pessoa contém tudo o que ela precisa, todos os recursos para curar e ajudar a desenvolver nossas possibilidades positivas. excluído

O objetivo da auto-hipnose é o controle do estresse, controle da dor e auto-tranquilizante. O prazer do aprendizado sem saber como você está aprendendo. Lembre-se de praticar, praticar, praticar e, ao longo do tempo, você saberá que está se saindo bem observando a menor unidade de diferença que você consegue observar ao longo do tempo.

O que é Transe Hipnótico na Hipnose Ericksoniana?

Qualquer estado singular de atenção altamente focalizada é de fato um transe

Erickson parece dar uma mensagem confusa quando afirma que a pessoa ou está em transe ou não está. Se a pessoa está em transe, então ela está disponível para sugestões hipnóticas. Erickson acreditava que todo mundo podia entrar em transe e não sentia que os vários estágios do transe (leve, médio, profundo ou sonambulismo e pleno), como discutidos pela hipnose clássica, se aplicavam ou eram algo necessário para se fazer o trabalho hipnótico. Ou se está em transe ou não. E mesmo assim ele ainda falava com frequência em aprofundar o estado de transe? O que ele queria dizer? Ao aprofundar, você dá sugestões que ajudam o cliente a focar mais e mais a atenção internamente e prestar menos e menos atenção ao mundo externo, para facilitar com que o cliente se torne mais conectado ao seu mundo e recursos interiores.

Para certos tipos de trabalho, como a regressão de idade, ele sugeria que o cliente fosse levado não a um estado de transe mais profundo, mas sim a um transe mais completo. Ele não sentia que estados mais profundos eram relevantes, mas que os estados de transe mais completos aumentavam sim a efetividade de certos tipos de intervenções. Aprofundar, portanto, se refere a criar um transe mais completo, um estado mais focado internamente. Nenhum transe jamais é “completo”, na medida em que isto excluiria o eu observador (observing self) e o cliente perderia a habilidade de escutar, e de se comunicar consigo mesmo e com você. Erickson sentia que cem por cento da população é capaz de entrar em transe, uma vez que todos nós temos entrado em transe sozinhos durante anos. (A hipnose clássica proclama que apenas cerca de dez por cento da população responde ao transe).

Qualquer estado singular de atenção altamente focalizada é de fato um transe. Quando nos dá aquele branco enquanto olhamos fixamente a xícara de café em algumas manhãs, nós estamos em transe. Quando nos sentamos para trabalhar em nosso computador por poucos minutos e levantamos o olhar uma hora mais tarde, nós estávamos em transe. Nós conduzimos os clientes ao transe, na medida em que eles já têm uma grande quantidade de prática e sabem como fazer isto. Eles já sabem como focar a atenção e, portanto como entrar em transe. Nós apenas conduzimos, e uma vez que é o cliente quem está decidindo seguir nossa condução então, toda hipnose é, de fato, auto-hipnose.

Quando você usa o transe conversacional, seu cliente ou audiência são conduzidos a um transe menos completo.

Quando você usa o transe formal, olhos fechados, relaxamento e uma indução tradicional, você está criando e conduzindo a pessoa ou grupo a um transe mais completo. Uma vez em transe, o aprofundar pode fazer com que o estado de transe fique ainda mais completo. Para a maior parte do trabalho a ser feito, apenas o estado de transe é necessário, então na verdade isto tem pouca relevância.

Sugestão Pós-hipnótica

Sugestões pós-hipnóticas são aquelas feitas ao cliente, no final da sessão enquanto ele ainda está em transe, que se referem a sentimentos, comportamentos, ou memórias a serem recordados em algum contexto no futuro. As sugestões são conectadas a um evento físico que provavelmente estará presente no ambiente do cliente, por exemplo: Durante a próxima semana, em qualquer momento que você ouvir o telefone tocando, um cachorro latindo, e assim por diante. As sugestões pós-hipnóticas são feitas nos minutos finais da sessão ou menos. Seus efeitos raramente duram mais do que uma semana.

Elas são úteis para assegurar que a resposta desejada será integrada na vida cotidiana da pessoa, substituindo respostas improdutivas ou ausentes. Elas também podem ajudar o trabalho hipnótico nas sessões sugerindo-se que cada e toda vez que o cliente entrar em transe ele será capaz de ir ainda mais profundamente do que na vez anterior. Aqui o transe é o gatilho para a resposta. É importante lembrar que nós queremos que as aprendizagens adquiridas durante o trabalho de transe se generalizem para a vida cotidiana do cliente. As sugestões pós-hipnóticas facilitam esta possibilidade, caso contrário as aprendizagens ficariam limitadas ao estado de transe propriamente dito.

Exemplo:
Quando sua cabeça tocar no travesseiro, você flutuará para uma repousante noite de sono. Mesmo que acorde durante a noite, será apenas para notar que acordou, enquanto sua mente inconsciente lhe ajuda a flutuar novamente para um sono revigorante… sabendo que você acordará exatamente na hora certa para estar pronto(a) e preparado(a) para o dia seguinte.

Terapia Breve e Hipnose

Betty Alice Erickson
Workshop da Guatemala de 1990

A terapia estratégica breve e a hipnose são interligadas. A hipnose ajuda a criar mudanças rápidas. Os transes formais podem facilmente se tornar uma ferramenta utilizada pela terapia breve e estratégica. Estados de transe conversacionais ou naturalísticos podem ser desenvolvidos facilmente dentro dos enquadramentos da terapia breve e estratégica, assim como das terapias cognitivas e comportamentais. (A hipnose conversacional é a arte de utilizar todas as estratégias Ericksonianas, empregadas geralmente no transe formal, para criar um estado receptivo de transe nas pessoas enquanto simplesmente se conversa com elas. Isto é diferente de um transe formal, o qual envolve um hipnoterapeuta colocando um cliente aquiescente em transe utilizando-se das estratégias, enquanto o cliente está sentado ou deitado, de olhos fechados, etc. O foco básico do transe conversacional ou naturalístico é criar uma interação verbal, durante a qual o hipnoterapeuta sugere ao sujeito possibilidades que alterarão sua percepção da situação ou problema e promoverão uma resolução positiva durante uma conversa ‘comum’).

Semelhanças e Premissas em Comum; terapia breve e hipnose.

Relacionamento: O relacionamento é de cooperação. A terapia tanto pode ser uma “palestra” educacional e informativa, como pode ser um esforço cooperativo. Cooperação implica em confiança, diálogo e criatividade compartilhados. O cliente é um parceiro na terapia e no desenvolvimento do transe. A situação é uma co-criação.

Metas: Metas são soluções. Soluções são expansões de situações de vida, que proporcionam opções produtivas e manipulam– ou mudam– perspectivas. Os recursos do cliente são pressupostos, utilizados e se tornam parte da solução. O futuro é antecipado como parte da solução. O passado é considerado, mas apenas as partes úteis do passado são trazidas adiante para o futuro.

Mudança: Não há “pré-requisitos” nem para o transe, nem para a mudança. Todas as pessoas podem mudar e todas as pessoas estão mudando. Essa é uma constante da vida. A terapia identifica as mudanças positivas com o intuito de amplificá-las. Entender porque a mudança acontece não é necessário para mudar. O transe acontece naturalmente na vida. Estados de transe deliberados ajudam as pessoas a identificarem recursos positivos para criar mudanças positivas. Compreender ‘como’ o transe funciona não é necessário para o transe.
Significado: Significados são criados pelo contexto, pelas percepções, pelo seqüenciamento, pela retroalimentação (feedback), e pelas experiências e aprendizagens passadas. Dentro das interações terapêuticas co-criadas os significados se tornam mais flexíveis e expansivos. O transe cria experiências interiores que aumentam a flexibilidade e a expansividade, e também cria um significado próprio.
Soluções: As soluções são sempre maiores, mais inclusivas e mais “majestosas” do que eram os problemas. Quase sempre incluem múltiplas idéias, múltiplos recursos e múltiplas respostas. Elas com freqüência, como resultado das múltiplas idéias, etc. criam soluções para outros problemas que talvez não estejam relacionados a problemas com os quais se estava trabalhando e elas quase sempre criam uma atmosfera de competência e de habilidades ampliadas. Os estados de transe ajudam as pessoas a expandirem as soluções e habilidades conscientes ao criarem uma comunicação com as habilidades e recursos inconscientes.

Transe: O transe convida a mente a pensar e a criar. Esse pensar e criar dá às pessoas maneiras de compreender em diferentes níveis, e formas de fazer as pazes com os problemas e dores da vida. O transe permite que as pessoas façam trabalho psicoterapêutico consigo mesmas. Ideias apresentadas na terapia podem se tornar parte das habilidades inconscientes e conscientes da pessoa.

Hipnose Ericksoniana – Jogos de Palavras (trocadilhos)

A mente inconsciente responde imediatamente a jogos de palavras e trocadilhos. Brincar com as palavras cria um estado de ego positivo, como o de uma criança, que tende a ser mais aberto, responsivo e disponível – exatamente como éramos quando brincávamos felizes em nossa infância. Eles tendem a distrair a mente consciente enquanto passam a mensagem para a mente inconsciente. De acordo com Erickson, podemos confiar implicitamente que nossa mente inconsciente, de sua própria maneira, pega o que ela precisa da mensagem e utiliza isso para os nossos melhores interesses e para o nosso mais alto bem. Nós somos projetados para curar a nós mesmos, para reintegrar a nossa saúde (self-healing), para crescer de maneiras positivas e evoluir em nossa sabedoria interior. Trocadilhos, quebra-línguas, brincar com palavras, aliterações, e rimas tudo isso são formas de jogos de palavras, aos quais a mente inconsciente responde e os quais ela utiliza para desenvolver formas de ser mais saudáveis (healthier) e mais produtivas.

Exemplos:
Eu sonho por um sonho;
Para que este sonho, não seja somente mais um sonho.
E que deste sonho, surjam muitos outros sonhos.
Assim, eu vou sonhando os meus sonhos até eles não serem apenas sonhos.

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